Pretendo com este modesto blog compartilhar com os amigos as minhas algumas criações e estimular a leitura de grandes obras de arte, comentários sobre museus e viagens, restaurantes e uma série de coisas boas. Garanto que você vai gostar, mais ou menos, mas vai !
segunda-feira, 18 de junho de 2012
DESPEDIDA , de Cecilia Meireles
Por mim, e por vós, e por mais aquilo
que está onde as outras coisas nunca estão
deixo o mar bravo e o céu tranqüilo:
quero solidão.
Meu caminho é sem marcos nem paisagens.
E como o conheces ? – me perguntarão.
- Por não ter palavras, por não ter imagens.
Nenhum inimigo e nenhum irmão.
Que procuras ? Tudo. Que desejas ? – Nada.
Viajo sozinha com o meu coração.
Não ando perdida, mas desencontrada.
Levo o meu rumo na minha mão.
A memória voou da minha fronte.
Voou meu amor, minha imaginação…
Talvez eu morra antes do horizonte.
Memória, amor e o resto onde estarão?
Deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra.
(Beijo-te, corpo meu, todo desilusão !
Estandarte triste de uma estranha guerra…)
Quero solidão.
(in "Obra Poética", Ed. Nova Fronteira, 1988, pág. 34)
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Um comentário:
Luiz esta roupa do Blog no início dá um impacto. Em termo de!... me remeteu a solidão mesmo. então lendo a poesia ela é linda. Tenho dificuldades com despedidas. Mas em termo de acessibilidade consegui ler direito, claro um pouco maior a fonte ficaria melhor. Beijos no seu coração. Merci!
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