Quando me disseste que não mais me amavas,
e que ias partir,
dura, precisa, bela e inabalável,
com a impassibilidade de um executor,
dilatou-se em mim o pavor das cavernas vazias...
Mas olhei-te bem nos olhos,
belos como o veludo das lagartas verdes,
e porque já houvesse lágrimas nos meus olhos,
tive pena de ti, de mim, de todos,
e me ri
da inutilidade das torturas predestinadas,
guardadas para nós, desde a treva das épocas,
quando a inexperiência dos Deuses
ainda não criara o mundo...
(in "MAGMA", Editora Nova Fronteira, 1997)
.
2 comentários:
além de tudo ainda era poeta,não conhecia nada a respeito,abraço,ronaldo.
Excelente poema! Utilizei em meu blog http://papoprivada.blogspot.com/. Ótimo blog, parabéns!
Postar um comentário