quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Luas de Subúrbio, de Guinga, poeta e compositor brasileiro.

Nos sonhos do ilhéu
Onde acaba o mar e começa o chão do céu.
Toda tristeza é coisa vã
e não vai durar pois morrer no mar é regressar à mãe.
Quando meu barco naufragou, fui ao paraíso
mas o que eu preciso lá não tinha não
e então eu peguei do remo e pedi ao demo uma explicação.
Ele me fez jurar um segredo eterno:
me contou que o inferno é a recordação.
De um vulcão feito de Vesúvio,
luas de subúrbios explodiram com gladíolos no portão.
Num vão de escada um pobre velho com um realejo me soprou
um beijo na palma da mão
mas quando olhei pro demônio seu jeito tristonho
me fez compreender.
Eu li nos olhos dele: esse é você...

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