sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Mulher e gata, de Paul-Marie Verlaine

Ela brincava com a gata
E era admirável ver as duas,
A branca mão e a branca pata,
Brincando à noite, na penumbra.

Ela escondia –a celerada!-
Sob as milenes de fio escuro
As assassinas unhas de ágata
Claras, cortantes, como um lume.

Fingia-se a outra adoçada
E retraía a garra afiada,
Mas o diabo nada perdia...

E no toucador retinia
O som de aéreas gargalhadas
E quatro pontos fosforesciam.

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