quinta-feira, 19 de março de 2009

Auto-retrato, de Paulo Mendes Campos

Nos olhos já se vê dissimulada
Preocupação de si, e amor terrível.
A incessante notícia de uma luta
Com as panteras bruscas do invisível
É como a sensação de sede e fome.
Mudo, na cor translúcida da face
Já se insinua o pálido comparsa.
Na fronte existe um vinco que disfarça
Qualquer coisa.... se acaso disfarçasse.
Mas não se vê o coração que come
O sangue espesso da melancolia.
Na boca, outro sinal de uma disputa
- Discórdia, dispersão e covardia -,
E um traço calmo buscando castidade.
No rosto todo, a usura da saudade

(Foi publicado no Blog do Noblat e enviado ao Blog do Alvarenga por Ronaldo Derly Rodrigues)

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3 comentários:

M.C.L.M disse...

Parabéns por tão preciosos poemas que posta no blog! Continue sempre assim!

abs,

Unknown disse...

Obrigado pelo seu delicado comentário! Vou lhe dizer uma coisa muito importante: fui, apesar de mais novo que o Paulinho, um grande amigo dele, além de conterrâneo de Minas Gerais !
Nosso "botequim", aqui no Rio, o Jobi, no Leblon, tem uma placa em homenagem a ele!
Um carinhoso abraço,
Edmundo

M.C.L.M disse...

...então somos todos conterrâneos daquela terra querida!

um abraço,

ah, visite meu blog tbm, sou aspirante a poetisa...rsrs
em busca de editora.