domingo, 8 de novembro de 2009

Das minhas palavras mudas, de Paulo Leminski

Das minhas palavras mudas
Preciso dizer-lhe tanto,
mas o farei de outra forma
breve e curta
Pois mais perspicazes,
serão minhas palavras mudas

Sabe que não me encanto facilmente
nós, sob os céu dessas estrelas,
sabemos melhor que ninguém..

Darei-lhe, então, um abraço
longo, apertado
que de sentimento
poderia explodir todo o
firmamento,
e transformá-lo em minúsculo
fragmento de luz

É que urge de mim uma necessidade
de mostrar-lhe o que penso,
tão vorazmente
que lhe causaria dor

É que irrompo a madrugada,
e mostro-lhe a aurora:
para que você saiba de tudo agora,
para que eu mesma, não diga nada.

Como o silêncio revelador
e a cumplicidade destes olhos gentis
as palavras que magoam
são as mesmas que tocam,
mas não as que elucidam
nossos casos vis.


(Enviada pelo meu amigo Ronaldo Derly Rodrigues)


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