domingo, 24 de outubro de 2010

A Flor do Sonho, de Florbela Espanca

A Flor do Sonho, alvíssima, divina,
Miraculosamente abriu em mim,
Como se uma magnólia de cetim
Fosse florir num muro todo em ruína.

Pende em meu seio a haste branda e fina
E não posso entender como é que, enfim,
Essa tão rara flor abriu assim!...
Milagre... fantasia... ou, talvez, sina...

Ó Flor que em mim nasceste sem abrolhos,
Que tem que sejam tristes os meus olhos
Se eles são tristes pelo amor de ti?!...

Desde que em mim nasceste em noite calma,
Voou ao longe a asa da minh’alma
E nunca, nunca mais eu me entendi...


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2 comentários:

Cinema, café e poesia disse...

Amo Florbela Espanca, assim como amo Elizabeth Barret Browning,Lya Luft, Cecília Meireles, Adélia Prado,Cora... mulheres que traduzem tão bem o sentimento humano e, melhor ainda, o feminino. Mulheres capazes de amar intensamente e colocar, nas palavras, o universo.

Liz Guides

J.Universo Soares disse...

Mestre, onde anda você, ainda pelas margens do Sena?
Florbela é fantástica. Gosto de seus poemas. Como disse a Liz Guides, é uma das mulheres capaz de amar intensamnete e colocar belas palavras para mim.
Abraços do Universo