domingo, 12 de dezembro de 2010

Reinvidicação da Arte, de Bertold Brecht

A boa, que ao seu amor nada nega
E se lhe entrega com antecipação
Saiba: que não é boa vontade não
Mas talento, o que ele deseja na esfrega.

Mesmo se à velocidade do som
Do sou tua dela à cópula chega
Não é pressa que o botão dele carrega
Quando às bolas seminais dá vazão.

Se é o amor que primeiro atiça o fogo
Precisa ela depois, para Inverno amparado
De ser dona ainda de um traseiro dotado.

De fato, mais que o fervor no olhar
(Também faz falta) um truque há que usar:
Coxas soberbas, em soberbo jogo.

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