segunda-feira, 14 de maio de 2012

Soneto XXVIII, de Shakespeare




Busco, à noite, o meu leito, exausto da labuta,

pois é justo um repouso aos membros fatigados.
Nova jornada, entanto! É meu cérebro em luta
com o pensamento vivo, e os sonhos acordados.






Romaria ou vigília?... Eu sei que não me escuta
tão longe de onde estou, por mal dos meus pecados,
aquela por quem vivo. E o coração disputa
às estrelas do céu seus olhos encantados.






Bem abertas mantendo as pálpebras dormentes,
cego, na escuridão, sinto mais que os videntes
que falta em sua face a luz do mar que é puro.






Assim, de dia ao corpo, e de noite, à minha alma,
por que hão de me roubar ao espírito a calma
que esse amor não me deu porque foi tão perjuro?




(Tradução de Gomes Filho)

Um comentário:

Anônimo disse...

Por mal dos meus pecados! ... Atire a primeira pedra quem nunca pecou na vida!!!