quarta-feira, 8 de agosto de 2012

SONETO DA VIDA NOVA , de Dante Alighieri




Tão discreta e gentil que me afigura

ao saudar, quando passa, a minha amada,

que a língua não consegue dizer nada

e a fitá-la, o olhar não se aventura.



Ela se vai sentindo-se louvada

envolta de modéstia nobre e pura.

Parece que do céu essa criatura

para atestar milagre foi baixada.



Ao que a contempla infunde tal prazer,

pelos olhos transmite tal doçura,

que só quem prova pode compreender.



E assim, parece, o seu semblante inspira

um delicado espírito de amor

que vai dizendo ao coração, que suspira ...


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