sexta-feira, 10 de agosto de 2012

TEMPO , do meu amigo sempre lembrado, Paulo Alberto Monteiro de Barros, o Artur da Távola.


(Bom amigo , de muitas lutas, perigosas, de quem tenho muita saudade)



Hoje eu sou poesia,

Pedaço de nuvem

Nas mãos do teu dia.

Eu sou amargura,

Espaço de espanto

Num céu de loucura.



Hoje eu quero ser jardim,

Temporada de espanto

No sorriso de teu sim.



Agora vai ser a vez

Da esperança sem lança,

Da amizade sem força,

Do afago sem sexo,

Do sexo sem falsa noção de esmagar.

Chegou o tempo

De ser

E amar.



("Outros Escritos" , Ed. Record, 1999)


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