Deve haver aqui perto uma roseira florindo,
Não sei... sinto por mim uma harmonia,
Um pouco da imparcialidade que a fadiga traz consigo.
Olhos pra minhas mãos. E uma ternura perigosa
Me faz passar a boca sobre elas, roçando,
(De certo é alguma rosa...)
Numa ternura que não é mais perigosa não, é piedade paciente.
As rosas... Os milhões de rosas paulistanas...
Já tanto que enxerguei minhas mãos trabalhando,
E tapearem por brinquedo umas costas de amigo,
Se entregarem pra inimigo, erguerem dinheiro do chão...
Uma feita meus dedos pousaram nuns lábios,
Nesse momento eu quis ser cego!
Ela não quis beijar a ponta dos meus dedos,
Beijou as mãos, apaixonadamente, em submissão...
Ela beijou o pó das minhas mãos...
O mesmo pó que que já desce na rosa nem bem ela se abre.
Deve haver aqui perto uma rodeira florindo...
Que harmonia por mim... Que parecença com jardim...
O meu corpo está são... Minha alma foi-se embora...
E me deixou.
(Este MOMENTO me foi enviado pelo leitor do Blog, Ronaldo Derly Rodrigues, que, por sua vez o leu no Blog do Noblat, enviado por Pedro Lago, do Corujão da Poesia -
28.3.2009, Poema da noite (Semana Mário de Andrade)
Entendo que a divulgação deva sempre ser feita, desde que as fontes sejam citadas, pois, assim o fazendo, estaremos compartilhando com nossos amigos, poemas, poesias, textos e que tais, do mais alto nível.
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Um comentário:
"Deve haver aqui perto uma roseira florindo,
Não sei... sinto por mim uma harmonia,
Um pouco da imparcialidade que a fadiga traz consigo.
Olhos pra minhas mãos. E uma ternura perigosa
Me faz passar a boca sobre elas, roçando,
(De certo é alguma rosa...)
Numa ternura que não é mais perigosa não, é piedade paciente."
Belíssimo poema!! Belíssimo, como sempre tudo de muito bom gosto tu postas por aqui amigo querido!
abs...
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