O amor antigo vive de si mesmo
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino não nega a sentença.
O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.
Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
o antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.
Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.
(OBRA COMPLETA, ED. AGUILAR, "NOTÍCIAS AMOROSAS", PAG.346)
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3 comentários:
Ler Drummond, é alegria sempre!
Ps: Obrigada pelos coments em meu blog. Adorei o poema de Vinícius, Ausência e Soneto da Fidelidade são de longe meus preferidos!
Espero que estejas bem por aí!
beijos querido amigo!
Parabéns pelo blog e obrigada por apresentar-me 'este' Drummond. Roubei para colocar no meu blog, tá?
Abraços
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