Busco, à noite, o meu leito, exausto da labuta,
pois é justo um repouso aos membros fatigados.
Nova jornada, entanto! É meu cérebro em luta
com o pensamento vivo, e os sonhos acordados.
Romaria ou vigília?... Eu sei que não me escuta
tão longe de onde estou, por mal dos meus pecados,
aquela por quem vivo. E o coração disputa
às estrelas do céu seus olhos encantados.
Bem abertas mantendo as pálpebras dormentes,
cego, na escuridão, sinto mais que os videntes
que falta em sua face a luz do mar que é puro.
Assim, de dia ao corpo, e de noite, à minha alma,
por que hão de me roubar ao espírito a calma
que esse amor não me deu porque foi tão perjuro?
(Tradução de Gomes Filho)
Um comentário:
Meu amigo Edmundo,
só você mesmo para nos brindar com esse belo (e melancôlico) soneto de Shakespeare! Estou com saudades: vamor degustar um vinho no Gero?
Um grande abraço,
Luiz Felippe
PS-Já votei
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