quinta-feira, 5 de abril de 2012

PERGUNTO-TE, de Cecilia Meirelles



Pergunto-te onde se acha a minha vida.


Em que dia fui eu. Que hora existiu formada


... de uma verdade minha bem possuída


Vão-se as minhas perguntas aos depósitos do nada.






E a quem é que pergunto? Em quem penso, iludida


por esperanças hereditárias? E de cada


pergunta minha vai nascendo a sombra imensa


que envolve a posição dos olhos de quem pensa.






Já não sei mais a diferença!










("Obra Completa", Ed. Nova Fronteira, 1999)

Um comentário:

Anônimo disse...

Vão-se as minhas perguntas aos depósitos do nada.