quinta-feira, 2 de abril de 2009

Chove, de Fernando Pessoa

Chove. Que fiz eu da vida?
Fiz o que ela fez de mim...
De pensada, mal vivida...
Triste de quem é assim!

Numa angústia sem remédio
Tenho febre na alma, e, ao ser,
Tenho saudade, entre o tédio,
Só do que nunca quis ter...

Quem eu pudera ter sido,
Que é dele? Entre ódios pequenos
De mim, estou de mim partido.
Se ao menos chovesse menos!

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3 comentários:

Luciana Lís disse...

Vida, se não vivê-la, como sabê-la?

Sempre gratificante ler Fernando Pessoa!

Parabéns pela iniciativa de publicá-lo.

Abraço.

M.C.L.M disse...

Belíssimo como não poderia deixar de ser "Pessoa"...


Postei algo similar sobre a Chuva, um texto que gosto muito de Juan Gelman, principalmente a frase que diz:

"Como o silêncio que há entre duas rosas..." (quisera eu ser a autora de uma frase tão singular).

um beijo amigo querido!

Paris...Paris...é primavera... :-)

M.C.L.M disse...

Amigo querido e longínquo...rsrs
como não consegui postar a Apresentação q tu me enviou, procurei, achei a música, e um dos poemas que é belíssimo, está em meu blog...

Feliz Páscoa!!

beijos de chocolate... :-)